SISTEMAS PETRUCCO
Sistemas para velocidades de 30 km/hora e 60 km/hora
MÉTODO OPERATIVO
Principio
A construção de Passagens Inferiores pelo Sistema de empuxe oleodinâmico de estruturas quadradas e retangulares consiste na deslocação horizontal da estrutura de betão armado da Passagem Inferior previamente construída, e sua introdução no terreno sob a via que se deseja atravessar (seja ferroviária ou rodoviária) com escavação imediatamente anterior do terreno através do interior da citada estrutura.
O empuxe é realizado recorrendo-se a um sistema hidráulico e em fases normalmente muito curtas (comprimentos com aprox. de 50 cm). Cada fase do empuxe é precedida pela preparação do terreno da frente de avanço efetuada pela escavação anteriormente mencionada e sempre com um comprimento igual ao que a estrutura irá ocupar na deslocação correspondente aquela fase.
Os principais elementos com intervenção directa no sistema são os seguintes:
- Plataforma de deslizamento
- Muro de reação
- Estrutura da Passagem Inferior e sua frente de avanço
- Terreno a ser atravessado e via ferroviária a ser reforçada com a sua suspensão provisória
- Sistema de suspensão provisória da via ferroviária
- Equipamento hidráulico de empuxe
- Equipamento mecânico de escavação
- Equipe de manutenção da via ferroviária durante o empuxe hidráulico da estrutura
- Novas lajes betonadas a funcionarem como muros de reação
- Sobrecarga passiva de solos sobre o muro de reação principal
Fases do deslize
As diferentes fases que compõem estes procedimentos são as seguintes:
- Localização, desvio e/ou reforço dos serviços públicos afectados
- Implantação da estrutura e escavações prévias
- Esgotamento ou rebaixamento do lençol freático (se necessário)
- Construção do muro de reacção
- Construção da plataforma de deslizamento
- Construção da estrutura em betão armado e sua frente de avanço
- Estabelecimento de limitações da velocidade dos comboios a 30 Km/hora e interdições de via
- Montagem do sistema de suspensão de vias:
- Formação de juntas de dilatação nos carris existentes (se necessário)
- Substituição das travessas de betão por travessas de madeira (caso sejam de betão)
- Reforço longitudinal das vias com troços de carris iguais aos existentes
- Abertura de espaços no balastro sob as vias para introdução das vigas PETRUCCO
- Introdução inicial das vigas de manobra PETRUCCO no sentido transversal das vias
- Sobrecarga passiva de terras no tardoz do muro de reacção (se necessário)
- Sobrecarga passiva de terras e/ou prolongamento da zona de apoio das vigas de manobra PETRUCCO sobre o talude de saída (se necessário)
- Retirada do cimbre e da cofragem da laje superior do quadro
- Definição do equipamento mecânico de escavação
- Montagem do equipamento de empuxe
- Formação de rampas de acesso para os equipamentos de escavação
Deslocação da estrutura em fases consecutivas de:
- Escavação
- Empuxe hidráulico
- Colocação de elementos afastadores entre o muro de reação e o conjunto de macacos hidráulicos
- Vigilância e manutenção da via durante o empuxe, com recalçamentos, alinhamentos e nivelamentos sempre que necessário, sem interrupção da circulação dos comboios
- Avanço das vigas de manobra PETRUCCO por fases
- Instalação de sistema de ancoragem e travamento lateral das vigas
- Retirada dos elementos afastadores e betonagem faseada dos novos muros de reação sobre a plataforma de deslizamento
- Sobrecarga passiva de terras sobre a plataforma de deslizamento (caso necessário)
- Condicionamento das rampas de acesso dos camiões
Com a conclusão do empuxe:
- Desmontagem e retirada do equipamento mecânico de empuxe
- Inserção de blocos em betão para apoio das vias sobre a laje superior da estrutura de betão armado permitindo a retirada das vigas de manobra PETRUCCO
- Betonagem de uma camada de recobrimento entre a estrutura e o balastro (se necessário) para permitir o lançamento de uma camada de balastro com 35 cm no máximo
- Injeção de calda de cimento em terrenos brandos ou de vazios no tardoz dos hasteais (caso necessário) para recomposição dos taludes
Reposição das condições originais da via:
- Colocação do balastro novo
- Retirada dos carris ou das vigas longitudinais e transversais de reforço das vias (dependendo da solução de Reforço e Suspensão de Via utilizada (tradicional, Verona ou C 60 R)
- Reposição das travessas de betão e primeiro ataque manual das vias no caso da solução tradicional
- Ataque leve do balastro com equipamento rodo ferroviário
- Soldagem das juntas de dilatação e neutralização das vias (caso necessário)
- Aumento da velocidade dos comboios até 60 km/hora
- Demolição dos elementos auxiliares de betão da frente de avanço
- Construção do prolongamento dos muros ala definitivos
- Ataque pesado para reposição das condições de circulação ferroviária anteriormente existentes